Causas e Tratamento da Queda de Cabelo em Crianças

 

A grande maioria das crianças que sofrem de queda de cabelo apresentam um quadro clínico caracterizado por determinadas condições que propiciam a queda. Estas condições devem ser naturalmente diagnosticadas por uma pediatra ou por um dermatologista.

Tinea capitis (micose do couro cabeludo)

Esta doença resulta de uma infecção superficial proveniente de um fungo na pele do couro cabeludo, pestanas e sobrancelhas, com propensão de atacar quer os fios de cabelo quer os próprios folículos capilares. Esta é considerada uma forma superficial de micose e uma das causas mais comuns para a queda de cabelo em crianças.

O diagnóstico é baseado na aparência do couro cabeludo, podendo ser usada uma lâmpada especial para confirmar a presença de uma infecção fungal no couro cabeludo. Este teste é efectuado num quarto escuro, onde luz ultravioleta passa pela área afectada. Deste modo, não é necessário recorrer a qualquer biópsia do couro cabeludo para facultar um diagnóstico.
O tratamento para a "Tinea capitis" geralmente é efectuado através de um medicamento antifúngico, o qual poderá prolongar-se até 8 semanas. O tratamento também poderá ser efectuado com recurso a um shampoo (como por exemplo o shampoo Nizoral), o qual é usado para lavar o couro cabeludo duas a três vezes por semana. Todavia, é um tratamento que deve ser efectuado ao mesmo tempo que o medicamento oral antifúngico.

As crianças que padecem desta condição geralmente não têm de deixar a escola durante o tratamento, pois a maior parte das crianças não são contagiosas, quando usam o medicamento e shampoo.
 

Alopécia Areata

Pode ser caracterizado pelo súbito aparecimento de manchas redondas ou ovais de perda de cabelo. Estas manchas são lisas sem cabelo e, concomitantemente, sem sinais de inflamação ou cabelos partidos, surgindo de uma forma súbita ou no decurso de alguns dias.

Julga-se que a alopécia areata é resultado do sistema imunitário do corpo que ataca os folículos capilares. Em qualquer momento, uma em mil crianças sofre de alopécia areata.

Através de um tratamento adequado, uma grande percentagem de crianças irá ter o cabelo de volta dentro de um ano e muito até antes. Estas crianças devem estar sob observação de um dermatologista.

Actualmente, não existem testes de diagnóstico conclusivos para a alopécia areata. Os dermatologistas diagnosticam a alopécia areata através de um processo de eliminação das outras causas e de um exame profundo da mancha de perda de cabelo.

No que se refere ao tratamento, actualmente não existe cura para a alopécia areata e, infelizmente como existe pouco conhecimento sobre a doença, não existem tratamentos específicos para a alopécia areata. No entanto, existem vários medicamentos que são geralmente prescritos para o tratamento da doença, os quais pareçem ajudar uma percentagem das pessoas que sofrem de alopécia areata. Esta é uma doença imprevisível e mesmo com uma remissão completa é possível que torne novamente a acontecer.

 

Eflúvio Telógeno

Outra causa muito comum para a queda de cabelo nas crianças é o eflúvio telógeno. Para melhor compreender esta doença, devemos compreender também o ciclo de vida do cabelo. Um folículo capilar tem uma longa fase de crescimento, produzindo cabelo durante 2 a 6 anos (em média, 3 anos). Isto é seguido por uma fase de transição, quando o folículo capilar se degenera. Por sua vez, isto é seguido por uma fase de repouso, quando o folículo está dormente. Esta última fase é denominada de fase telógena. Após esta fase, começa novamente a fase de crescimento, onde crescem novos cabelos que empurram os antigos. O ciclo repete-se de forma contínua.

No entanto, no eflúvio telógeno algo acontece que interrompe o ciclo normal de vida e envia muitos dos cabelos para a fase telógena. Algumas semanas depois, surge uma calvície parcial ou completa. Muitos factores podem fomentar o eflúvio telógeno, como febres altas, cirurgias com anestesia geral, excesso de vitamina A, stress severo prolongado, entre outros.

Não existem testes de diagnóstico conclusivos para diagnosticar o eflúvio telógeno. Geralmente, é a experiência do médico que determina o diagnóstico. Quando se verifica esta condição devido a situações de stress, assiste-se a um crescimento completo do cabelo entre 6 meses a um ano, após essas situações terem terminado.